BRASIL

Analistas dividem opiniões sobre ações de mineração e siderurgia

20/08/2021

Os analistas do Itaú BBA estão preocupados com os níveis de produção de aço na China. "Inclusive já vimos quedas de produção em algumas regiões específicas (Hebei, Jiangsu, Shandong)", dizem.

Para o Itaú BBA, o próximo ano será de transição às commodities. Os preços de minério e aço devem continuar se acomodando em patamares mais baixos. Diante da perspectiva de um cenário mais pressionado, o banco cortou os preços-alvo da Usiminas e da CSN para, respectivamente, R$ 24 e R$ 48. A recomendação para ambas é de market perform.

"Isso quer dizer que agora nossa expectativa é de que esses papéis mostrem um desempenho em linha com a média do mercado, e não mais que superem o referencial", explicou.

No caso da CSN, a revisão da tese de investimento se deve à alta dos custos na divisão de mineração, compensando parcialmente os preços de aço no mercado doméstico.

Já em relação à Usiminas, o Itaú BBA acredita que uma normalização dos preços do minério prejudicará os resultados da companhia em 2023. Soma-se a isso o fato de que o potencial de valorização é limitado, com a ação sendo negociada a 6,1 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) de 2023, atrás dos pares.

A Gerdau segue como a empresa favorita no setor de siderurgia, visto que tem menos exposição ao minério. "Gostamos mais da dinâmica para aço do que para minério no curto prazo", disse o Itaú BBA. A recomendação para o papel é de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 40.

Sobre a Vale, o Itaú BBA acredita que a companhia ainda apresenta uma boa proposta de valor, com geração de caixa robusto (retorno de 21% em 2021) e potencial distribuição de dividendos extraordinários de aproximadamente US$ 5 bilhões na segunda metade do ano.

Mercado pessimista?

Se, por um lado, o Itaú BBA reduziu as expectativas para as siderúrgicas CSN e Usiminas, a Ágora Investimentos adotou uma visão mais animadora. Na avaliação da corretora, as ações das empresas refletem um cenário "excessivamente pessimista".

"Continuamos otimistas com as ações de Mineração & Siderurgia, já que os preços das ações atualmente refletem um cenário muito pessimista (os nomes do minério de ferro refletem os preços do minério de ferro em US$ 50-60/tonelada para sempre, 60-65% abaixo do preço spot de US$ 150/tonelada, enquanto as siderúrgicas refletem uma correção de 50-55% nos preços domésticos)", afirmaram os analistas Thiago Lofiego e Luiza Mussi, em relatório divulgado na quinta-feira (19).

A Ágora está bastante otimista com os rendimentos de fluxo de caixa e de dividendos das empresas em 2022 - médias de 16% e 10%, respectivamente.

Usiminas, Vale e CSN Mineração seguem como os nomes favoritos da Ágora. Para CSN, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 67. As informações são do Money Times.